JOGOS ONLINE E O ALICIAMENTO DE CRIANÇAS: ENTRE A DIVERSÃO E A RADICALIZAÇÃO
Palavras-chave:
Aliciamento digital, Crianças-soldado, Violência simbólicaResumo
A intensificação da presença infantojuvenil em plataformas de jogos online tem sido acompanhada por uma inquietante apropriação desses ambientes por grupos extremistas. O presente artigo investiga como jogos digitais, originalmente concebidos para o entretenimento e o desenvolvimento lúdico, vêm sendo convertidos em espaços estratégicos para o aliciamento de crianças e adolescentes. A pesquisa parte da seguinte problemática: de que maneira grupos extremistas exploram a arquitetura dos jogos online para seduzir, manipular e radicalizar sujeitos em formação? A relevância do tema decorre da crescente sofisticação das estratégias de cooptação, que combinam estética, humor, narrativa de pertencimento e algoritmos personalizados, operando sob a lógica da sedução simbólica. O objetivo é oferecer uma análise crítica, com base interdisciplinar entre Direito, Psicologia e Comunicação, sobre os limites da proteção infantojuvenil frente às novas formas de violência simbólica no espaço digital. A metodologia adotada é bibliográfica e documental, com ênfase em tratados internacionais de direitos humanos, relatórios da ONU, jurisprudência nacional e literatura especializada. Como resultados esperados, busca-se identificar os padrões discursivos e operacionais do aliciamento digital, especialmente no contexto de jogos como Roblox e Fortnite, e propor medidas normativas e educativas voltadas à prevenção e responsabilização. Conclui-se que o aliciamento de crianças via jogos online configura não apenas uma ameaça à segurança digital, mas um desafio estruturante à garantia dos direitos fundamentais da infância em tempos de hiperconectividade.
